Ele é uma das mais antigas divindades hindus. Ao contrário de Indra, cujo nascimento foi descrito como o produto da união entre ‘um deus vigoroso’ e ‘uma fêmea heróica’, Varuna é ‘não-criado’. Ele é o abrangente universal, a personificação do céu, a fonte e sustento das coisas criadas. Posteriormente ele perdeu sua posição como deidade suprema e se tornou uma espécie de Netuno, um deus dos mares e rios, que tem como montaria Makara, um animal marinho, parte crocodilo, parte tubarão e parte golfinho.
Nos Vedas, Varuna toma o lugar do antigo deus do céu Dyaus. Abençoado com mil olhos, Varuna protegeu a humanidade dos inimigos e foi associado com o conceito de ordem social ou dharma. Com o desenvolvimento do vedismo e depois do Hinduísmo, a importância de Varuna diminuiu. Os Vedas referem-se a ele como sendo um Asura, ou demônio, pois possui a mágica ilusório de maya. Com esse poder, ele cria a noite escura.
Varuna era um deus arquiteto e ferreiro, devido a isso possuía um conhecimento infinito. Organizou os ciclos do Sol, colocou cada rio em seu caminho, ordenou as fases da Lua, estruturou o relevo da Terra e se encarregou de nunca deixar o oceano cheio demais. Por tudo isso ele tornou-se o rei dos deuses e assim pôde dominar também sobre o destino dos homens; sustentando a vida e a protegendo do mal. Porém um grande monstro desafiou os deuses e também Varuna. E uma profecia revelou que Varuna não poderia vencê-lo. O único capaz de vencer o monstro seria Indra, que ainda nasceria, e após vencer, tomaria o lugar de Varuna. Varuna tentou impedir o nascimento de Indra, mas foi impossível. O jovem deus nasceu e tendo poder sobre os raios e tempestades, venceu o monstro e se tornou o novo rei dos deuses. Varuna então se tornou o rei dos oceanos e senhor da Noite, dividindo o céu com Surya, o deus do Dia.