“Om Shrim Maha Lakshmiyei Swaha”
(“Om e saudações a Ela que fornece abundância”)
A Deusa Lakshmi, também conhecida como Shri, é personificada não somente como a Deusa da Fortuna, mas também como a incorporação do amor, da graça e do encanto. Ela é adorada como uma deusa que garante tanto a prosperidade quanto a liberação do ciclo da vida e da morte.
Lakshmi ergueu-se do mar de leite, o oceano cósmico primordial, segurando um lótus vermelho em sua mão. Cada membro da divina trindade - Brahma, Vishnu e Shiva (o criador, o mantenedor e o destruidor respectivamente) - queria tê-la para si. O pedido de Shiva foi recusado porque ele já havia pedido a Lua, Brahma tinha Sarasvati, então Vishnu pediu por ela e ela nasceu e renasceu como sua consorte em todas as suas dez encarnações.
Mas apesar de ter ficado com Vishnu como sua consorte, Lakshmi continuou sendo devota de Shiva. Há uma lenda interessante envolvendo sua devoção a esse deus:
Diariamente Lakshmi pegava mil flores colhidas por suas damas de companhia e as oferecia à imagem de Shiva de noite. Um dia, contando as flores enquanto ela colocava a oferenda, ela descobriu que havia menos que mil. Já era muito tarde para colher mais porque já era noite e os lótus já tinham fechado suas pétalas.
Lakshmi achou que era de mau agouro oferecer menos que mil. De repente ela se lembrou que Vishnu uma vez descreveu seus seios como lótus se abrindo. Ela decidiu oferece-los como as duas flores que estavam faltando.
A deusa cortou um de seus seios e colocou-o com as flores no altar. Antes que ela pudesse cortar o outro, Shiva, que estava extremamente emocionado com a sua devoção, apareceu na sua frente e pediu que parasse. Então ele transformou seu seio cortado em um redondo e sagrado marmelo (Aegle marmelos) e enviou-o à Terra com suas bênçãos, para florescer perto de seus templos.
Alguns textos dizem que Lakshimi é a esposa de Dharma. Ela e muitas outras deusas, todas personificações de certas qualidades auspiciosas, foram dadas em casamento a Dharma. Essa associação parece a princípio representar a união de Dharma (a conduta virtuosa) com Lakshmi (prosperidade e bem-estar). A moral da história é ensinar que agindo de acordo com Dharma é possível obter prosperidade.
Algumas tradições também associam Lakshmi com Kubera, o horrendo lorde dos Yakshas. Os Yakshas foram uma raça de criaturas sobrenaturais que viveram fora dos limites da civilização. Sua conexão com Lakshmi talvez descende do fato que eles foram notáveis por uma propensão para coletar, guardar e distribuir riquezas. A associação com Kubera aprofunda a aura de mistério e conexões com o submundo que se anexam à Lakshmi. Yakshas também são símbolos de fertilidade. As Yakshinis (Yakshas fêmeas) representadas freqüentemente em esculturas nos templos são mulheres com seios cheios e quadris largos com bocas amplas e generosas, inclinando-se sedutoramente contra árvores. A identificação de Shri, a deusa que corporifica o poder do crescimento, com os Yakshas é natural. Ela, assim como eles, envolve-se e revela-se na irreprimível fecundidade da vida, como exemplificado na lenda de Shiva e o marmelo, e também em sua associação com o lótus.
Há também uma associação bem interessante entre a deusa Lakshmi e o deus Indra. Indra é conhecido como o deus dos deuses, o primeiro dos deuses, é geralmente descrito como o deus celestial. Por isso é apropriado a Shri-Lakshmi ser associada à ele como sua esposa ou consorte. Nesses mitos ela aparece como a personificação da autoridade real, como sendo aquela cuja presença é essencial para o manuseio do poder real e à criação da prosperidade real.
Muitos mitos desse gênero descrevem Shri-Lakshmi como deixando um governante após o outro. Dizem que ela mora até com um demônio chamado Bali. Essa lenda deixa clara a união entre Lakshmi e reis vitoriosos. De acordo com essa lenda Bali derrota Indra. Lakshmi é atraída para as maneiras vitoriosas de Bali e sua coragem e se une a ele juntamente com suas virtudes auspiciosas. Associado à deusa adequada, Bali reina os três mundos (terra, céus e submundos) com virtude, e sob seu reinado há prosperidade em todos os lugares. Somente quando os deuses destronados conseguem enganar Bali para rende-lo é que Sarasvati o deixa, deixando-o apagado e impotente. Junto com Lakshmi, também suas qualidades o abandonam: boa conduta, comportamento virtuoso, verdade, atividade e força.
A associação de Lakshmi com tantas divindades masculinas e com a notória velocidade da boa sorte deu a ela a reputação de ser inconstante e leviana. Há um outro texto que diz que ela é tão volúvel que até mesmo em uma figura ela se move e que se ela continua com Vishnu é somente porque está atraída por suas muitas formas (avatares)! Ela também é conhecida como Chanchala, ou a incansável.
Sua inconstância convenceu seus devotos que ela pode deixá-los pelo menor motivo. Por isso eles desenvolveram diversas estratégias para prender Lakshmi, e também a prosperidade em seus estabelecimentos. Há uma seita conhecida por oferecer somente o pior tecido de malha como yastra (vestimenta) para Lakshmi; eles dizem: "É muito mais fácil para a Deusa Lakshmi abandonar nossos lares vestida em amplas faixas de tecido do que escassamente vestida no mínimo tecido que nós oferecemos a ela como vestimenta!".
No sentido mitológico, sua instabilidade e natureza aventureira lentamente começam a mudar já que ela é totalmente identificada com Vishnu, e finalmente se torna calma. Dessa maneira ela se transforma na esposa fixa, obediente e leal que reza para reunir-se ao marido em todas suas próximas vidas. As imagens mostram-na sentada no chão perto de onde seu lorde se reclina em um trono, inclinando-se a ele; um modelo de decoro social.
Fisicamente a Deusa Lakshmi é descrida como uma mulher formosa, com quatro braços, sentada em um lótus, vestida com roupas finas e jóias preciosas. Ela possui um semblante gentil, está no máximo de sua juventude e mesmo assim tem uma aparência maternal.
A característica mais chamativa em Lakshmi é sua associação persistente com o lótus. O significado do lótus em relação à Shri Lakshmi se refere à pureza e ao poder espiritual. Com as raízes na lama e desabrochando acima da água, completamente livre da lama, o lótus representa a autoridade e perfeição espiritual. Além disso, o ato de sentar-se no lótus é um motivo comum nas iconografias Budista e Hindu. Os deuses e deusas, os Buddhas e Bodhisattvas, geralmente sentam-se ou estão de pé sobre um lótus, o que sugere sua autoridade espiritual. Estar sentado sobre ou estar de alguma outra maneira associado ao lótus sugere que o ser em questão: Deus, Buddha, ou ser humano - transcendeu as limitações do mundo finito (a lama da existência) e bóia livremente numa esfera de pureza e espiritualidade. Shri-Lakshmi assim sugere mais que os poderes fertilizantes do solo úmido e que os misteriosos poderes do crescimento. Ela sugere a perfeição e um estado de refinamento que transcende o mundo material. Ela é associada não somente com a autoridade real mas também com autoridade espiritual, e combina os poderes reais e sacerdotais em sua presença. O lótus, e a deusa Lakshmi por associação, representa o desabrochar completo da vida orgânica.
Mas a deusa Lakshmi não pode ser descrita completamente sem que se mencione seu tradicional veículo, a coruja (Ulooka em Sânscrito). Dizem que por causa da sua natureza letárgica e estúpida a Deusa a leva para um passeio! Ela é a criada daqueles que sabem como controla-la; como aproveitar o máximo de seus recursos, assim como o Lorde Vishnu. Mas aqueles que a adoram cegamente são na verdade as corujas ou 'Ulookas'. A escolha é nossa: queremos ser Lorde Vishnu ou 'Ulooka' em nossa associação com Lakshmi?
Lakshmi ergueu-se do mar de leite, o oceano cósmico primordial, segurando um lótus vermelho em sua mão. Cada membro da divina trindade - Brahma, Vishnu e Shiva (o criador, o mantenedor e o destruidor respectivamente) - queria tê-la para si. O pedido de Shiva foi recusado porque ele já havia pedido a Lua, Brahma tinha Sarasvati, então Vishnu pediu por ela e ela nasceu e renasceu como sua consorte em todas as suas dez encarnações.
Mas apesar de ter ficado com Vishnu como sua consorte, Lakshmi continuou sendo devota de Shiva. Há uma lenda interessante envolvendo sua devoção a esse deus:
Diariamente Lakshmi pegava mil flores colhidas por suas damas de companhia e as oferecia à imagem de Shiva de noite. Um dia, contando as flores enquanto ela colocava a oferenda, ela descobriu que havia menos que mil. Já era muito tarde para colher mais porque já era noite e os lótus já tinham fechado suas pétalas.
Lakshmi achou que era de mau agouro oferecer menos que mil. De repente ela se lembrou que Vishnu uma vez descreveu seus seios como lótus se abrindo. Ela decidiu oferece-los como as duas flores que estavam faltando.
A deusa cortou um de seus seios e colocou-o com as flores no altar. Antes que ela pudesse cortar o outro, Shiva, que estava extremamente emocionado com a sua devoção, apareceu na sua frente e pediu que parasse. Então ele transformou seu seio cortado em um redondo e sagrado marmelo (Aegle marmelos) e enviou-o à Terra com suas bênçãos, para florescer perto de seus templos.
Alguns textos dizem que Lakshimi é a esposa de Dharma. Ela e muitas outras deusas, todas personificações de certas qualidades auspiciosas, foram dadas em casamento a Dharma. Essa associação parece a princípio representar a união de Dharma (a conduta virtuosa) com Lakshmi (prosperidade e bem-estar). A moral da história é ensinar que agindo de acordo com Dharma é possível obter prosperidade.
Algumas tradições também associam Lakshmi com Kubera, o horrendo lorde dos Yakshas. Os Yakshas foram uma raça de criaturas sobrenaturais que viveram fora dos limites da civilização. Sua conexão com Lakshmi talvez descende do fato que eles foram notáveis por uma propensão para coletar, guardar e distribuir riquezas. A associação com Kubera aprofunda a aura de mistério e conexões com o submundo que se anexam à Lakshmi. Yakshas também são símbolos de fertilidade. As Yakshinis (Yakshas fêmeas) representadas freqüentemente em esculturas nos templos são mulheres com seios cheios e quadris largos com bocas amplas e generosas, inclinando-se sedutoramente contra árvores. A identificação de Shri, a deusa que corporifica o poder do crescimento, com os Yakshas é natural. Ela, assim como eles, envolve-se e revela-se na irreprimível fecundidade da vida, como exemplificado na lenda de Shiva e o marmelo, e também em sua associação com o lótus.
Há também uma associação bem interessante entre a deusa Lakshmi e o deus Indra. Indra é conhecido como o deus dos deuses, o primeiro dos deuses, é geralmente descrito como o deus celestial. Por isso é apropriado a Shri-Lakshmi ser associada à ele como sua esposa ou consorte. Nesses mitos ela aparece como a personificação da autoridade real, como sendo aquela cuja presença é essencial para o manuseio do poder real e à criação da prosperidade real.
Muitos mitos desse gênero descrevem Shri-Lakshmi como deixando um governante após o outro. Dizem que ela mora até com um demônio chamado Bali. Essa lenda deixa clara a união entre Lakshmi e reis vitoriosos. De acordo com essa lenda Bali derrota Indra. Lakshmi é atraída para as maneiras vitoriosas de Bali e sua coragem e se une a ele juntamente com suas virtudes auspiciosas. Associado à deusa adequada, Bali reina os três mundos (terra, céus e submundos) com virtude, e sob seu reinado há prosperidade em todos os lugares. Somente quando os deuses destronados conseguem enganar Bali para rende-lo é que Sarasvati o deixa, deixando-o apagado e impotente. Junto com Lakshmi, também suas qualidades o abandonam: boa conduta, comportamento virtuoso, verdade, atividade e força.
A associação de Lakshmi com tantas divindades masculinas e com a notória velocidade da boa sorte deu a ela a reputação de ser inconstante e leviana. Há um outro texto que diz que ela é tão volúvel que até mesmo em uma figura ela se move e que se ela continua com Vishnu é somente porque está atraída por suas muitas formas (avatares)! Ela também é conhecida como Chanchala, ou a incansável.
Sua inconstância convenceu seus devotos que ela pode deixá-los pelo menor motivo. Por isso eles desenvolveram diversas estratégias para prender Lakshmi, e também a prosperidade em seus estabelecimentos. Há uma seita conhecida por oferecer somente o pior tecido de malha como yastra (vestimenta) para Lakshmi; eles dizem: "É muito mais fácil para a Deusa Lakshmi abandonar nossos lares vestida em amplas faixas de tecido do que escassamente vestida no mínimo tecido que nós oferecemos a ela como vestimenta!".
No sentido mitológico, sua instabilidade e natureza aventureira lentamente começam a mudar já que ela é totalmente identificada com Vishnu, e finalmente se torna calma. Dessa maneira ela se transforma na esposa fixa, obediente e leal que reza para reunir-se ao marido em todas suas próximas vidas. As imagens mostram-na sentada no chão perto de onde seu lorde se reclina em um trono, inclinando-se a ele; um modelo de decoro social.
Fisicamente a Deusa Lakshmi é descrida como uma mulher formosa, com quatro braços, sentada em um lótus, vestida com roupas finas e jóias preciosas. Ela possui um semblante gentil, está no máximo de sua juventude e mesmo assim tem uma aparência maternal.
A característica mais chamativa em Lakshmi é sua associação persistente com o lótus. O significado do lótus em relação à Shri Lakshmi se refere à pureza e ao poder espiritual. Com as raízes na lama e desabrochando acima da água, completamente livre da lama, o lótus representa a autoridade e perfeição espiritual. Além disso, o ato de sentar-se no lótus é um motivo comum nas iconografias Budista e Hindu. Os deuses e deusas, os Buddhas e Bodhisattvas, geralmente sentam-se ou estão de pé sobre um lótus, o que sugere sua autoridade espiritual. Estar sentado sobre ou estar de alguma outra maneira associado ao lótus sugere que o ser em questão: Deus, Buddha, ou ser humano - transcendeu as limitações do mundo finito (a lama da existência) e bóia livremente numa esfera de pureza e espiritualidade. Shri-Lakshmi assim sugere mais que os poderes fertilizantes do solo úmido e que os misteriosos poderes do crescimento. Ela sugere a perfeição e um estado de refinamento que transcende o mundo material. Ela é associada não somente com a autoridade real mas também com autoridade espiritual, e combina os poderes reais e sacerdotais em sua presença. O lótus, e a deusa Lakshmi por associação, representa o desabrochar completo da vida orgânica.
Mas a deusa Lakshmi não pode ser descrita completamente sem que se mencione seu tradicional veículo, a coruja (Ulooka em Sânscrito). Dizem que por causa da sua natureza letárgica e estúpida a Deusa a leva para um passeio! Ela é a criada daqueles que sabem como controla-la; como aproveitar o máximo de seus recursos, assim como o Lorde Vishnu. Mas aqueles que a adoram cegamente são na verdade as corujas ou 'Ulookas'. A escolha é nossa: queremos ser Lorde Vishnu ou 'Ulooka' em nossa associação com Lakshmi?