ROMA (Reuters) - A biotecnologia pode ajudar a solucionar a crise mundial dos alimentos oferecendo avanços como um tipo de arroz resistente a enchentes em Bangladesh ou safras maiores de algodão em Burkina Fasso, afirmou uma importante autoridade dos Estados Unidos na terça-feira, durante uma cúpula da Organização das Nações Unidas (ONU).
"A biotecnologia é uma das ferramentas mais promissoras quando se trata de melhorar a produtividade agrícola e aumentar a renda dos agricultores pobres", disse o secretário norte-americano de Agricultura, Ed Schafer.
"Estamos convencidos dos benefícios que ela oferece aos países em desenvolvimento e aos pequenos agricultores", disse Schafer durante um evento realizado de forma paralela à cúpula, iniciada na terça-feira e prevista para durar até quinta.
O encontro debate formas de enfrentar o aumento do preço dos alimentos em um momento no qual as mudanças climáticas poderiam agravar ainda mais o problema.
Alguns grupos ambientalistas afirmam que os organismos geneticamente modificados (GMOs) ameaçam a biodiversidade. Já os consumidores europeus, em grande número, mostram-se receosos de ingerir produtos descritos por alguns como "Frankenfoods" (algo como "comidas Frankenstein").
Segundo Schafer, a biotecnologia, o que incluía os GMOs, poderia ajudar a produzir mais alimentos ao tornar as colheitas mais fartas e a produzir, dentro dos países em desenvolvimento, grãos resistentes a doenças e a pestes.
"A engenharia genética oferece soluções de longo prazo para alguns dos nossos maiores problemas agrícolas", afirmou o ministro filipino da Agricultura, Arthur Yap.
No entanto, Yap observou que essa alternativa não poderia ser vista como uma panacéia capaz de solucionar todos os problemas do setor.
Entre os progressos realizados nas Filipinas, nessa área, inclui-se a pesquisa com arroz e coco resistentes a doenças, disse.
"Estamos desenvolvendo um mamão resistente a vírus, híbridos de papaia com uma maior durabilidade e que devem estar nos mercados em 2009", afirmou.
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