quarta-feira, julho 23, 2008

O que é Namaste


Por Subhamoy Das, About.com


‘Namaste’ ou ‘namaskar’ é a maneira indiana de cumprimentar as outras pessoas. Onde quer que estejam – na rua, em casa, no transporte público ou ao telefone – quando os Hindus encontram pessoas que eles conhecem ou estranhos com quem queiram iniciar uma conversa, namaste é a saudação habitual para começar e também para encerrar um encontro. Ele não é um gesto superficial ou uma simples palavra, e é para todas as pessoas – jovens e velhos, amigos e estranhos.

Namaste de acordo com as Escrituras:

Namaste e suas variantes ‘namaskar,’ ‘namaskaara’ ou ‘namaskaram’, é uma das cinco formas de saudação tradicional mencionada nos Vedas. Ele é normalmente entendido como uma prostração mas na verdade se refere a fazer uma homenagem ou demonstrar respeito um ao outro, como é praticado atualmente, quando nos saudamos.

O Significado do Namaste:

Em sânscrito a palavra é namah + te = namaste que significa “Eu me curvo a você” – meus cumprimentos, saudações ou prostração a você. A palavra ‘namaha’ também pode ser literalmente interpretada como "na ma" (não é meu). Ela tem um signifcadoespiritual de negação ou a redução do seu ego na presença de outro.

Como fazer o Namaste:

Dobre os braços a partir do cotovelo e coloque as palmas das mãos uma de frente para a outra. Junte as palmas e as posicione em frente ao peito.Diga a palavra Namaste enquanto curve a cabeça em direção às pontas dos dedos.

Porque Namaste:

Namaste poderia ser somente uma maneira casual ou formal de cumprimento, uma convenção cultural ou um ato de adoração. No entanto, há muito mais nele do que pode se pensar a princípio. O encontro real entre as pessoas é o encontro de suas mentes. Quando nós nos cumprimentamos com namaste, isso significa, ‘possam nossas mentes se encontrar’, indicado pelas palmas unidas junto ao peito. Ao curvarmos a cabeça estamos demonstrando uma maneira graciosa de estender a amizade em amor, respeito e humildade.

O Significado Espiritual do Namaste:

O motivo pelo qual fazemos o namaste tem um significado espiritual muito mais profundo. Ele reconhece a crença de que a força vital, a divindade, o Eu ou o Deus em mim são a mesma coisa. Reconhecendo essa unicidade com o encontro das palmas, nós honramos o deus na pessoa que encontramos.

Namaste em Orações:

Durante as orações, os Hindus não somente fazem namaste mas também se curvam e fecham os olhos, como se fosse para olhar dentro do espírito interior. Esse gesto físico é algumas vezes acompanhado de nomes de deuses como ‘Ram Ram’, ‘Jai hri Krishna’, ‘Namo Narayana’, ‘Jai Siya Ram’ ou apenas ‘Om Shanti’ – o refrão comum nas preces Hindus. Isso é também muito comum quando dois devotos Hindus se encontram – indicando o reconhecimento da divindade dentro de nós mesmos e estendendo um caloroso acolhimento para o outro.

Traduzido por Sarasvati

quarta-feira, junho 04, 2008

Mulher Védica: Amor, Cultura, Sorte!


Parte 1: Estima & Educação

No dia 1 de março de 2001, a Suprema Corte Indiana, em uma decisão judicial histórica, afirmou que as mulheres hindus sozinhas não podem formar uma família. Ela disse que o conceito de mulheres hindus formando uma família por um acordo entre elas é contrário a um princípio básico da lei pessoal hindu, que requer a presença de um homem para constituir uma família.

Lições dos Vedas
Você não acha que a lei pessoal hindu precisa de uma emenda? Talvez a corte devesse aprender com a antiga filosofia hindu dos Vedas, que diz:

"O lar tem, em verdade, sua fundação na esposa" (Rig Veda).

Na verdade, os direitos desfrutados pelas mulheres indianas modernas são escassos se comparados com aqueles das suas contrapartes védicas. Logo, as mulheres de hoje devem empenhar-se em ganhar de volta a glória perdida e a liberdade que eram suas na Índia védica, mais de 3000 anos atrás.

Durante a era védica, às mulheres era concedido um alto lugar na sociedade. Elas compartilhavam uma reputação igual a dos homens de sua tribo e desfrutavam uma espécie de liberdade que na verdade tinha sanções sociais. O antigo conceito filosófico hindu de ‘shakti’ - o princípio feminino de energia - também foi um produto dessa era. Daí surgiu a adoração de ídolos femininos e deusas.

Nascimento da Deusa
Acredita-se que as formas femininas do Absoluto e as populares deusas hindus surgiram nas era Védica. Essas formas femininas vieram para representar diferentes qualidades e energias femininas de Brahman. Kali retrata a energia destrutiva, Durga a protetora, Lakshmi a nutridora, e Sarasvati a criativa.

Aqui é notável que o Hinduísmo reconheça tanto os atributos masculinos quanto os femininos do divino, e que sem honrar os aspectos femininos, ninguém pode afirmar conhecer Deus em sua totalidade. Então há também muitas duplas divinas feminino-masculinas como Radha-Krishna, Sita-Rama, Uma-Mahesh, e Lakshmi-Narayan, onde a forma feminina é geralmente citada antes.

Educação, por Escolha!
A literatura védica louva o nascimento de uma filha estudiosa nessas palavras: "Uma moça também deve ser criada e educada com grande esforço e cuidado" (Mahanirvana Tantra); e "Todas as formas de conhecimento são aspectos Teus; e todas as mulheres ao redor do mundo são formas Tuas" (Devi Mahatmya).

As mulheres que assim queriam podiam passar pela sagrada cerimônia do fio ou 'Upanayana' (um sacramento para seguir os estudos védicos), que hoje em dia só é possível para homens. A menção de mulheres acadêmicas e sábias da era védica como Vac, Ambhrni, Romasa, Gargi e Khona no saber védico corrobora essa visão. Essas mulheres altamente inteligentes e muito instruídas, que escolhem o caminho dos estudos védicos, eram chamadas 'brahmavadinis', e mulheres que optavam não estudar para casa eram chamadas 'sadyovadhus'. Co-educação parece ter existido nesse período, e ambos os sexos tinham igual atenção de seus tutores. Além disso, as mulheres da casta Kshatriya recebiam cursos de artes marciais e treinamento com armas.

Parte 2: Casamento, Viuvez & Prostitução

O casamento e a vida de casada quase sempre são importantes para uma mulher. Como era o casamento na era védica? Eram permitidos divórcios, recasamentos e prostituição nessa época? Como era ser uma esposa de um homem védico? Vamos tentar achar respostas para essas questões.

Casamento
Oito tipos de casamento eram prevalentes na era védica, dos quais quatro eram mais proeminentes. O primeiro era 'brahma', onde a filha era dada como um presente para um bom homem instruído nos Vedas; o segundo era 'daiva', onde a filha era dada como um presente para o sacerdote que presidia o sacrifício védico. 'Arsa' era o terceiro tipo, onde o noivo tinha que pagar para conseguir a dama, e 'prajapatya', o quarto tipo, onde o pai dava sua filha para um homem que prometesse monogamia e lealdade.

Na era védica, havia tanto o hábito de 'Kanyavivaha', onde o casamento de uma garota antes da puberdade era arranjado por seus pais, quanto o 'praudhavivaha', onde as moças casavam apenas depois da puberdade. Havia também o costume do ‘Swayamvara', onde a moça, geralmente da família real, tinha a liberdade de escolher seu marido de um grupo de solteiros convidados à sua casa para a ocasião.

A vida de Esposa
Assim como nos dias de hoje, depois do casamento a moça se tornava uma 'grihini' (esposa) e era considerada 'ardhangini' ou uma metade do ser de seu marido. Ambos constituíam a 'griha' ou lar, e ela era considerada sua 'samrajni' (rainha ou dona) e tinha uma responsabilidade igual na prática dos ritos religiosos.

Divórcio, Recasamento & Viuvez
Divórcio e recasamento de mulheres eram permitidos sob condições muito especiais. Se uma mulher perdesse seu marido, ela não era forçada a passar pelas práticas impiedosas que surgiram nos últimos anos. Ela não era obrigada a tonsurar sua cabeça, ou tinha que usar sari vermelho ou cometer 'sahagamana' ou morrer na pira funerária de seu marido morto. Se ela escolhesse, poderia viver a vida de uma 'sanyasin' ou eremita, depois que o marido morresse.

Prostitução
Prostitutas faziam parte da sociedade védica. Elas eram permitidas de ‘fazer a vida’, mas tinham que seguir um código de conduta. Elas eram conhecidas como 'devadasis' — as moças que eram casadas com Deus em um templo e esperava-se que passassem o resto de suas vidas como sua dama servindo os homens na sociedade.

Parte 3: Quatro Famosas Figuras Femininas

As mulheres do período védico (cerca de 1500-1200 AEC) eram ícones de realização intelectual e espiritual. Os Vedas têm muito a dizer sobre essas mulheres, que tanto complementaram quanto suplementaram seus parceiros masculinos. Quando se tem que falar de figuras femininas significantes do período védico, quatro nomes - Ghosha, Lopamudra, Sulabha Maitreyi, e Gargi - surgem à mente.

Ghosha
A sabedoria védica é encapsulada numa miríade de hinos, e 27 mulheres-profetas emergem deles. Mas a maioria delas são meras abstrações, exceto algumas, como Ghosha, que tem uma forma humana definida. Neta de Dirghatamas e filha de Kakshivat, ambos compositores de hinos em louvor aos Ashwins, Ghosha possui dois hinos inteiros no décimo livro, cada um contendo 14 versos, atribuídos em seu nome. O primeiro louva os Ashwins, os gêmeos celestiais que também são médicos; o Segundo é um desejo pessoal expressando seus sentimentos íntimos de desejos pela vida de casada. Ghosha sofria de uma doença incurável que a desfigurava, provavelmente lepra, e se manteve solteira na casa de seu pai. Muito ela implorou aos Ashwins e a devoção de seu pai e avô para com eles os fizeram curá-la de sua doença e a permitiram experimentar a felicidade das bodas.

Lopamudra
O Rig Veda ('Conhecimento Real’) tem longas conversas entre o sábio Agasthya e sua esposa Lopamudra que comprovam a grande inteligência e bondade dela. A lenda diz que Lopamudra foi criada pelo sábio Agasthya e foi dada como a filha do Rei de Vidarbha. O casal real deu a ela a melhor educação possível e a criou com muito luxo. Quando ela atingiu a idade de casar, Agasthya, o sábio que estava sob os votos de celibato e pobreza, queria tê-la. Lopa aceitou casar-se com ele, e deixou seu palácio para o eremitério de Agasthya. Depois de servir seu marido lealmente por um longo período, Lopa se cansou de suas práticas austeras. Ela escreveu um hino de duas estrofes fazendo um apelo fervoroso por sua atenção e amor. Logo depois, o sábio percebeu suas obrigações para com sua esposa e conduziu tanto sua vida doméstica quanto ascética com igual zelo, alcançando a totalidade de poderes espirituais e físicos. Um filho nasceu para eles. Ele foi chamado Dridhasyu, e depois se tornou um grande poeta.

Maitreyi
O Rig Veda contém em torno de mil hinos, dos quais cerca de dez são creditados a Maitreyi, a mulher profeta e filósofa. Ela contribuiu para o crescimento da personalidade do seu marido-sábio Yajnavalkya e ao florescimento de seus pensamentos espirituais. Yajnavalkya tinha duas esposas, Maitreyi e Katyayani. Enquanto Maitreyi era versada nas escrituras hindus e era uma 'brahmavadini', Katyayani era uma mulher comum. Um dia o sábio decidiu fazer um arranjo de suas posses mundanas entre suas duas esposas e renunciar ao mundo, seguindo votos ascéticos.
Ele perguntou a suas esposas o que queriam. E culta Maitreyi perguntou a seu marido se toda a riqueza do mundo a tornaria imortal. O sábio respondeu que riqueza pode somente tornar alguém rico, nada mais. Ela então pediu a riqueza da imortalidade. Yajnavalkya ficou feliz ao ouvir isso e deu a Maitreyi a doutrina da alma e seu conhecimento sobre alcançar a imortalidade.

Gargi
Gargi, a profetisa védica e filha do sábio Vachaknu, compôs diversos hinos que questionavam a origem de toda a existência. Quando o Rei Janak de Videha organizou um 'brahmayajna', um congresso filosófico centrado no sacramento do fogo, Gargi foi uma das eminentes participantes. Ela desafiou o sábio Yajnavalkya com uma torrente de perguntas pertubadoras sobre a alma ou 'atman' que confundiram o erudito que tinha até então silenciado muitos acadêmicos. Sua pergunta - "A camada que está acima do céu e abaixo da terra, que é descrita como estando situada entre a terra e o céu e que é indicada como o símbolo do passado, presente e futuro, onde está localizada?" - iludiu até grandes homens védicos de letras.

http://hinduism.about.com/library/weekly/aa031601a.htm?nl=1

terça-feira, junho 03, 2008

O que é Dharma?

Sobre o Caminho da Justiça

Dharma é o caminho da justiça, é viver sua vida de acordo com os códigos de conduta como descrito nas escrituras Hindus.

Lei Moral do Mundo

O Hinduísmo descreve dharma como as leis naturais universais cuja observância habilita os humanos a serem felizes e a se salvarem da degradação e sofrimento. O Dharma é a lei moral combinada com disciplina spiritual que guia a vida de alguém. Os Hindus consideram o dharma a fundação da vida. Ele significa “aquilo que guarda” as pessoas desse mundo e toda a criação. Dharma é “a lei do existir” sem o qual as coisas não podem existir.

De acordo com as Escrituras

O Dharma se refere à etica religiosa como proposto pelos gurus hindus nas antigas escrituras indianas. Tulsidas, autor de Ramcharitmanas, definiu como a raiz do dharma a compaixão. Esse princípio foi adotado por Buddha em seu livro imortal de grande sabedoria, Dhammapada. O Atharva Veda descreve o dharma simbolicamente: Prithivim dharmana dhritam, ou seja, "esse mundo é sustentado pelo dharma". No poema épico Mahabharata, os Pandavas representam o dharma na vida e os Kauravas representam o adharma.

Bom Dharma = Bom Karma

O Hinduísmo aceita o conceito de reencarnação, e o que determina o estado de um indivíduo na próxima existência é o karma, que se refere às ações experimentadas pelo corpo e pela mente. Para obter bom karma é importante viver de acordo com o dharma, o que é certo. Isso envolve fazer o que é certo para o individual, a família, a classe ou casta e também para o universo. Dharma é como uma norma cósmica e se alguém vai contra a norma isso pode resultar em karma ruim. Então, o dharma afeta o futuro de acordo com o karma acumulado. Por isso o caminho dharmico de alguém na próxima vida é aquele necessário para tirar proveito de todos os resultados do karma passado.

O que te faz Dharmico?

Qualquer coisa que ajude os seres humanos a alcançar deus é dharma e qualquer coisa que impede os seres humanos de alcançar deus é adharma. De acordo com o Bhagavat Purana, ter uma vida honrada ou viver no caminho dharmico tem quarto aspectos: austeridade (tap), pureza (shauch), compaixão (daya) e autenticidade (satya); e a vida adharmica ou desonrada tem três vícios: orgulho (ahankar), contato (sangh), e intoxicação (madya). A essência do dharma reside em possuir uma certa habilidade, poder e força spiritual. A força de ser dharmico também reside na combinação única de brilho espiritual e destreza física.

As 10 Regras do Dharma

Manusmriti escrito pelo antigo sábio Manu, determina 10 regras essenciais para o cumprimento do dharma: Paciência (dhriti), perdão (kshama), piedade ou autocontrole (dama), honestidade (asteya), santidade (shauch), controle dos sentidos (indraiya-nigrah), razão (dhi), conhecimento ou aprendizagem (vidya), autenticidade (satya) e ausência de raiva (krodha). Manu vai além, "Não-violência, verdade, não-cobiça, pureza de corpo e mente, controle dos sentidos são a essência do dharma”. Por isso as leis dharmicas governam não somente o indivíduo, mas tudo na sociedade.

A Razão do Dharma

A razão do dharma é não somente alcançar a união da alma com a realidade suprema, ele também sugere um código de conduta que tem a intenção de assegurar tanto prazeres mundanos como felicidade suprema. Rishi Kanda definiu o dharma no Vaisesika como "aquilo que concede prazeres mundanos e leva à felicidade suprema”. O Hinduísmo é a religião que sugere métodos para a obtenção do ideal mais alto e êxtase eterno aqui e agora e não em algum lugar no céu. Por exemplo, ele defende a idéia que é o dharma de alguém casar, criar uma família e prover para aquela família de qualquer forma possível. A prática do dharma dá a experiência de paz, alegria, força e tranqüilidade interior e torna a vida disciplinada.

http://hinduism.about.com/od/basics/a/dharma.htm?nl=1

Homens pré-históricos matavam para capturar mulheres de vizinhos

Seg, 02 Jun, 08h21

Redação Central, 2 jun (EFE) - Os homens de hoje fazem guerras pelo petróleo, mas os antepassados pré-históricos estavam dispostos a matar para se apoderar das mulheres de seus vizinhos, segundo um estudo da universidade britânica de Durham.

Os cientistas, que publicam os resultados de sua pesquisa no último número da revista acadêmica "Antiquity", chegaram a essa conclusão após analisar 34 esqueletos enterrados há sete mil anos em uma vala comum de três metros de comprimento em Talheim, no sudoeste da Alemanha.

Do total, 25 corpos eram de homens e crianças de uma mesma tribo, a qual teria sido atacada para que os agressores se apoderassem das mulheres, já que não havia qualquer fêmea do grupo entre os mortos, segundo o antropólogo Alex Bentley, principal autor do estudo.

"Tudo parece indicar que essa comunidade tenha sido escolhida especificamente como alvo, como ocorre em um ciclo de vingança entre grupos rivais, e embora os recursos e a população tenham sido sem dúvida fatores na Europa Central nessa época, as mulheres parecem ter sido a razão imediata do ataque", ressaltou.

A maioria das vítimas morreu devido a um golpe na parte esquerda do crânio, o que sugere que foram amarradas e executadas, possivelmente com um machado de pedra, segundo o estudo. Outras aparentemente foram atingidas por trás por setas, como se tentassem fugir.

Bentley disse à Agência Efe que a vala comum foi descoberta na década de 80 e já então os especialistas alemães puderam comprovar que as vítimas foram alvo de um ataque premeditado, pela natureza de seus ferimentos.

Mas só técnicas de laboratório atuais, como a análise das assinaturas isotópicas de estrôncio, carbono e oxigênio nos dentes dos esqueletos, permitiram conhecer dados vitais sobre a origem geológica e a dieta das vítimas, explicou.

A pesquisa permitiu determinar que na vala comum tinham sido enterrados três grupos de pessoas: quatro membros de uma tribo de pastores -duas mulheres e dois homens-, uma família de cinco pessoas -um homem, duas mulheres e dois menores -, e os 24 membros da tribo local, todos homens e crianças.

"Nossa análise parece indicar que as mulheres locais eram consideradas especiais e foram deixadas com vida", segundo Bentley.

O antropólogo reconheceu, no entanto, que não se sabe quem foram os agressores e se os outros nove esqueletos faziam parte destes.

Mas descartou que as mulheres tenham sido poupadas por motivos humanitários, "já que as crianças foram sacrificadas".

Segundo a pesquisa, da qual participaram investigadores do University College de Londres, da universidade de Wisconsin (Estados Unidos) e uma organização governamental alemã, "os achados arqueológicos deste estudo pela primeira vez sugerem que a violência para conseguir um parceiro já existia nos tempos pré-históricos".

EFE ik/db |Q:CYT:pt-BR:13006000:Ciência e tecnologia:Pesquisa CYT:pt-BR:13009000:Ciência e tecnologia:Ciências (geral)|

Cientistas vencedores de Prêmio Nobel dizem que clonagem humana será possível

Valência (Espanha), 2 jun (EFE).- Os cientistas Richard J. Roberts e Roger Kornberg, prêmios Nobel de Medicina (1993) e de Química (2006), respectivamente, disseram hoje à Agência Efe que a clonagem humana será possível.

O britânico Roberts e o americano Kornberg são dois dos 18 ganhadores do prêmio Nobel que participam como júris da 20ª edição dos prêmios Rei Jaime I, cujos vencedores serão anunciados amanhã.

Em entrevista à Efe, Kornberg destacou a necessidade de que os Governos se dediquem ao desenvolvimento dos remédios "para promover a saúde das pessoas" e que sejam as empresas farmacêuticas que realizem essa atividade.

Segundo Kornberg, as empresas farmacêuticas enfrentam diferentes decisões, como "criar um remédio que cure uma doença com uma dose" ou outro que tenha que ser administrado em múltiplas doses. Para ele, os executivos-chefes da empresa "apoiarão a segunda opção, que é o mais benéfica economicamente".

Para Richard Roberts, que também acredita que os laboratórios farmacêuticos optam por fabricar um determinado medicamento porque é "proveitoso economicamente e não necessariamente para a saúde", a função do Governo é investir dinheiro para descobrir novos remédios.

Sobre a clonagem humana, Kornberg disse que está "completamente seguro" que em um futuro ela "existirá e será objeto de debate".

Roberts também assinalou que a clonagem humana permitirá que casais com problemas possam ter filhos. O cientista lembrou que quando se descobriu a inseminação artificial houve muita discussão a respeito, mas que agora isso é aceito como uma "coisa normal".

Richard Roberts afirma que a clonagem humana será possível, mas ressaltou que não é a favor dela. "Não sabemos o suficiente para fazê-lo", disse.

"A engenharia genética pode chegar até onde deixemos que chegue", disse Roberts, que defende que não se faça nada que "possa repercutir sobre o mapa do genoma humano no homem porque, na realidade, não se sabe as conseqüências que isso pudesse ajudar".

Já Roger Kornberg disse que o papel do cientista é "descobrir informação" e a responsabilidade da sociedade é "regular a aplicação dessa informação".

Segundo Kornberg, conseguir pessoas perfeitas e sem doenças "é um objetivo que todos pretendemos". Ele disse acreditar que um dia "sejamos capazes de prevenir e curar as doenças, inclusive a velhice".

"As descobertas melhorarão a condição humana e os requisitos para chegar à perfeição", disse Kornberg. EFE ct/rr |Q:CYT:pt-BR:13009000:Ciência e tecnologia:Ciências (geral)|

Biotecnologia pode ajudar na crise de alimentos

Por Alister Doyle

ROMA (Reuters) - A biotecnologia pode ajudar a solucionar a crise mundial dos alimentos oferecendo avanços como um tipo de arroz resistente a enchentes em Bangladesh ou safras maiores de algodão em Burkina Fasso, afirmou uma importante autoridade dos Estados Unidos na terça-feira, durante uma cúpula da Organização das Nações Unidas (ONU).

"A biotecnologia é uma das ferramentas mais promissoras quando se trata de melhorar a produtividade agrícola e aumentar a renda dos agricultores pobres", disse o secretário norte-americano de Agricultura, Ed Schafer.

"Estamos convencidos dos benefícios que ela oferece aos países em desenvolvimento e aos pequenos agricultores", disse Schafer durante um evento realizado de forma paralela à cúpula, iniciada na terça-feira e prevista para durar até quinta.

O encontro debate formas de enfrentar o aumento do preço dos alimentos em um momento no qual as mudanças climáticas poderiam agravar ainda mais o problema.

Alguns grupos ambientalistas afirmam que os organismos geneticamente modificados (GMOs) ameaçam a biodiversidade. Já os consumidores europeus, em grande número, mostram-se receosos de ingerir produtos descritos por alguns como "Frankenfoods" (algo como "comidas Frankenstein").

Segundo Schafer, a biotecnologia, o que incluía os GMOs, poderia ajudar a produzir mais alimentos ao tornar as colheitas mais fartas e a produzir, dentro dos países em desenvolvimento, grãos resistentes a doenças e a pestes.

"A engenharia genética oferece soluções de longo prazo para alguns dos nossos maiores problemas agrícolas", afirmou o ministro filipino da Agricultura, Arthur Yap.

No entanto, Yap observou que essa alternativa não poderia ser vista como uma panacéia capaz de solucionar todos os problemas do setor.

Entre os progressos realizados nas Filipinas, nessa área, inclui-se a pesquisa com arroz e coco resistentes a doenças, disse.

"Estamos desenvolvendo um mamão resistente a vírus, híbridos de papaia com uma maior durabilidade e que devem estar nos mercados em 2009", afirmou.

Vaastu: Segredos de um Lar Feliz e Saudável

Essa ciência é completa em si.
Felicidade para o mundo todo ela pode trazer.
Todos os quatro benefícios ela dá a ti
Moradia legítima, dinheiro, realização dos desejos e bençãos
São todos disponíveis nessa única palavra
~
Viswakarma em Vaastushastra

Vaastu Shastra é a antiga ciência indiana da arquitetura, que governa o planejamento de cidades e outras estruturas feitas pelo homem. Uma parte dos Vedas, a palavra ‘Vaastu’ em sânscrito significa moradia, e no contexto moderno ela cobre todas as construções. Vaastu refere-se à ordem física, psicológica e espiritual do ambiente construído, em consonância com as energias cósmicas. Ela é um estudo das inflências planetárias em construções e nas pessoas que vivem nelas, e procura dar diretrizes para uma construção apropriada.

Os Hindus acreditam que para obter paz, felicidade, saúde e riqueza, deve-se seguir as instruções de Vaastu quando construindo uma moradia. Ela nos diz como evitar doenças, depressão e disastres morando em estruturas que permitam a presença de um campo cósmico positivo.

Já que o conhecimento védico é considerado sinônimo do conhecimento divino da mente cósmica obtido pelos sábio em estados de meditação profunda, Vaastu Shastra ou a ciência de Vaastu é considerada possuir as instruções dadas pelo Supremo Ser. Investigando a história, descobre-se que Vaastu se desenvolveu durante o período de 6000 AEC e 3000 AEC e foi passada pelos arquitetos antigos através de propaganda boca-a-boca ou manuscritos.

Os princípios de Vaastu foram explicados em antigas escrituras hindus como Skanda Purana, Agni Purana, Garuda Purana, Vishnu Purana, Bruhatsamhita, Kasyapa Shilpa, Agama Sastra e Viswakarma Vaastushastra.

A premissa fundamental de Vaastu reside na suposição de que a terra é um organismo vivo, de onde as criaturas vivas e as formas orgânicas emergem, e por isso cada partícula na terra e no espaço possui ‘energia viva’. De acordo com Vaastushastra, cinco elementos – Terra, Fogo, Água, Ar (ou atmosfera) e Céu (ou espaço) – governam os princípios da criação. Essas forças agem a favor ou contra as outras para gerar harmonia ou desarmonia. Também é dito que tudo na terra – de uma forma ou de outra – é influenciado pelos nove planetas, e cada um desses planetas guarda uma direção. Então nossas moradias estão sob a influência dos cinco elementos e dos nove planetas.
Vaastushastra diz que se a estrutura de sua casa é projetada para que as forças positivas se sobressaiam às forças negativas, então há um desprendimento benéfico de bioenergia, que ajuda você e os membros de sua família a viverem uma vida feliz e saudável. Um campo cósmico positivo prevalece em uma casa construída de acordo com os preceitos de Vaastu, onde a atmosfera é favorável para uma vida feliz e suave. Ao contrário, se a mesma estrutura é construída de maneira que as forças negativas se sobressaem às positivas, o campo negativo dominante faz com que suas ações, esforços e pensamentos sejam negativos. Por isso os benefícios de Vaastu, que guiam você a ter uma atmosfera positiva em casa.

Evidentemente, Vaastu está relacionada com a ciência da geopatia, o estudo das doenças da terra. Em ambas as disciplinas, por exemplo, a presença de umidade, colméias e formigueiros é considerada prejudicial para a habitação humana. A Geopatia acredita que as radiações eletromagnéticas de origem cósmica circundam o globo, e que distorções nessa radiação pode fazer um local perigoso para construção. Em alguns lugares da Áustria, as crianças são mudadas de lugar nas escolas, para uma carteira diferente, pelo menos uma vez por semana, para que as dificuldades de aprendizado não sejam aumentadas porque eles podem estar sentados em uma área “estressada”. O “estresse” geopático também pode atacar o sistema imunológico e provocar asma, eczema, enxaqueca e síndrome do intestino irritável.

Há também muitas similaridades entre Vaastu e sua contraparte chinesa, o Feng Shui, pois ambos reconhecem a existência de forças negativas e positivas (Yin e Yang) exceto pelo fato de que o último dá muita importância a objetos como aquários, flautas, espelhos e lanternas. É por isso que o Feng Shui vem ganhando adeptos na Índia.

Então, a Vaastu tem algum sentido? Enquanto muitas pessoas ainda acreditam fortemente na Vaastu, o senso comum diz que ela é uma ciência antiga, que foi útil nas condições prevalecentes em tempos antigos, mas que não faz sentido hoje em dia. Enquanto alguns juram por ela, muitos acreditam que Vaastu se tornou obsoleta com o surgimento das cidades modernas com sistemas de esgoto, prédios com vários andares e ar-condicionado, exaustores em cozinhas, sistemas avançados de água etc.

Por fim, pode valer a pena prestar atenção nas palavras do Indologista e Vedacharya David Frawley: "India é uma terra muito favorecida em termos de beneficência cósmica de acordo com o aspecto Vaastu de sua localização geográfica. Os Himalayas, ou Meru Parvat, observam a totalidade da Índia assim como o primeiro sahasrara chakra no corpo humano".

http://hinduism.about.com/od/vaastu/a/vaastu.htm

O Senhor da Noite


Ele é uma das mais antigas divindades hindus. Ao contrário de Indra, cujo nascimento foi descrito como o produto da união entre ‘um deus vigoroso’ e ‘uma fêmea heróica’, Varuna é ‘não-criado’. Ele é o abrangente universal, a personificação do céu, a fonte e sustento das coisas criadas. Posteriormente ele perdeu sua posição como deidade suprema e se tornou uma espécie de Netuno, um deus dos mares e rios, que tem como montaria Makara, um animal marinho, parte crocodilo, parte tubarão e parte golfinho.

Nos Vedas, Varuna toma o lugar do antigo deus do céu Dyaus. Abençoado com mil olhos, Varuna protegeu a humanidade dos inimigos e foi associado com o conceito de ordem social ou dharma. Com o desenvolvimento do vedismo e depois do Hinduísmo, a importância de Varuna diminuiu. Os Vedas referem-se a ele como sendo um Asura, ou demônio, pois possui a mágica ilusório de maya. Com esse poder, ele cria a noite escura.

Varuna era um deus arquiteto e ferreiro, devido a isso possuía um conhecimento infinito. Organizou os ciclos do Sol, colocou cada rio em seu caminho, ordenou as fases da Lua, estruturou o relevo da Terra e se encarregou de nunca deixar o oceano cheio demais. Por tudo isso ele tornou-se o rei dos deuses e assim pôde dominar também sobre o destino dos homens; sustentando a vida e a protegendo do mal. Porém um grande monstro desafiou os deuses e também Varuna. E uma profecia revelou que Varuna não poderia vencê-lo. O único capaz de vencer o monstro seria Indra, que ainda nasceria, e após vencer, tomaria o lugar de Varuna. Varuna tentou impedir o nascimento de Indra, mas foi impossível. O jovem deus nasceu e tendo poder sobre os raios e tempestades, venceu o monstro e se tornou o novo rei dos deuses. Varuna então se tornou o rei dos oceanos e senhor da Noite, dividindo o céu com Surya, o deus do Dia.

Quando se tornou o deus dos oceanos e das águas, Varuna assumiu também o papel de mantenedor das almas dos afogados. Dessa forma, ele é também um deus da morte, e pode conceder a imortalidade. De seu nome surge a palavra varun, vento. Ele é atendido pelas nagas.

Varuna é chamado de Passabrit "senhor do nó corrediço", esse epíteto revela uma das mais relevantes características do deus. Os nós simbolizam a capacidade de prender ou libertar, de dar vida ou de tirá-la. Laços e nós, segundo o pensamento antigo podem dar vida coisas inaminadas por meio de magia. Assim, Varuna é um deus ferreiro e mago. Com os laços e nós, Varuna prendia e castigava os homens ímpios. Mas o deus também era célebre por sua delicadeza e polidez, estando pronto a perdoar os arrependidos; inclusive os inimigos declarados.

Bulgária expõe máscaras de mais de 1,8 mil anos

Segunda-feira, 05 de Maio de 2008 16:25
Redação Terra


O arqueólogo Alexandar Minchev fala sobre uma máscara de ouro de 2,5 mil anos

O Museu de História da cidade de Varna, na Bulgária, apresenta máscaras e objetos dos povos romanos, gregos e trácios na exposição "Deuses, Humanos, Máscaras", que integram a seção Os Tesouros da Bulgária. A mostra traz uma máscara em ouro do povo trácio de 2,5 mil anos.

Segundo a AP, fazem parte da exposição um capacete de bronze de 1,9 mil anos e o busto de 1,8 mil anos chamado Jovem Sátiro, que representa o Deus das Florestas, segundo a mitologia grega.

Os trácios eram um povo hindu-europeu que habitavam a região da Trácia, Bulgária, Romênia, Moldávia, nordeste da Grécia, Turquia, leste da Sérvia e partes da Macedônia. Viviam em tribos e são considerados como o povo mais numeroso do mundo conhecido.

quarta-feira, março 05, 2008

A Noite de Shiva


Maha Shivratri, a noite de adoração a Shiva, acontece na 14a. noite da lua nova durante a quinzena escura do mês Phalguna, que nesse ano cai no dia 6 de março no calendário ocidental. Nessa noite os hindus rezam para o senhor da destruição. Shivaratri (ratri significa ‘noite’ em sânscrito) é a noite em que Shiva fez pela primeira vez a Tandava Nritya ou a dança da criação, preservação e destruição primordial. O festival acontece somente nessa noite.

De acordo com os Puranas, durante o mitológico ‘batimento’ do oceano, chamado Samudra Manthan, um pote de veneno emergiu do oceano. Os deuses e demônios ficaram aterrorizados, pois o veneno poderia destruir todo o mundo. Quando eles foram pedir ajuda à Shiva, ele, para proteger o mundo, bebeu o veneno fatal mas o manteve na sua garganta ao invés de engolir. Por isso há uma mancha azul em seu pescoço, e desde então ele passou a ser conhecido como Nilkantha, o da garganta azul. Shivaratri celebra esse momento de quando Shiva salvou o mundo.

Há também uma outra história que conta que foi nessa noite que Shiva se manifestou pela primeira vez como lingam, para tentar acabar com uma discussão entre Brahma e Vishnu sobre quem era o deus superior. Então, na forma de uma grande coluna de fogo, Shiva se mostrou superior a ambos.

Esse festival é considerado muito auspicioso, especialmente para as mulheres. Acredita-se que foi nesse dia que Shiva se casou com Parvati. Por isso, as mulheres casadas rezam para o bem estar de seus maridos e filhos, e as solteiras rezam para conseguir um marido ideal, como Shiva, que é o esposo de Kali, Parvati e Durga. Mas geralmente acredita-se que qualquer pessoa que chame o nome de Shiva durante o Shivaratri com pura devoção é libertada de seus pecados. Essa pessoa alcança a moradia de Shiva e é liberta do ciclo de nascimento de morte (Moksha, salvação).

No dia de Shivaratri, uma plataforma com três níveis é construída ao redor de uma fogueira. O andar mais alto representa swargaloka (paraíso), o do meio é antarikshaloka (espaço) e o de baixo é bhuloka (terra). Onze urnas ou kalash, são mantidas no swargaloka, simbolizando as onze manifestações de Shiva Rudra. Elas são decoradas com bilva (folhas de macieira) e folhas de manga sobre um coco representando a cabeça de Shiva.

O símbolo fálico que representa Shiva é chamado de lingam. Ele é geralmente feito de granito, pedra sabão, quartzo, mármore ou metal, e tem uma yoni ou vagina como sua base, representando a união dos órgãos sexuais masculinos e femininos. O devotos circulam ao redor do lingam e o adoram a noite toda. Ele é banhado a cada três horas com as cinco oferendas sagradas da vaca, chamadas de panchagavya – leite, coalhada, urina, manteiga e estrume. Depois as cinco comdas da imortalidade – leite, manteiga clarificada, coalhada, mel e açúcar são colocadas na frente do lingam. Dhatura e jati, apesar de serem frutas venenosas, são consideradas sagradas para Shiva e também são oferecidas a ele.

Durante o dia os devotos mantêm um jejum severo, entoam o mantra Panchakshara sagrado “OM NAMAH SHIVAYA”, fazem oferendas de flores e incenso ao Senhor enquanto os sinos dos templos ressoam. Eles mantêm longas vigílias durante a noite, mantendo-se acordados para ouvir histórias, hinos e canções. O jejum é quebrado somente na manhã seguinte, depois de uma longa noite de adorações.

Algumas orações são:

Oração para Shiva - I
Om Sarva Mangal Manglaye Shivay Sarvaarth Sadhike
Sharanye Trayambake Gauri Narayaani Namostu Te
Oh divino casal Shiva Parvati !
O ! Vós, os protetores desse universo,
Juntamente com Brahma e Vishnu
Nós oramos para Vós por nosso bem estar, prosperidade e iluminação de nossas almas.

Oração para Shiva - II
Esse mantra é uma oração para Shiva que é chamado de Sankara e Trayambaka. Sankara significa aquele que dá bençãos: (sana = bençãos, Kara = o Doador). Trayambaka é aquele com três olhos, onde o terceiro olho significa o doador de conhecimento, que destrói a ignorância e nos liberta do ciclo de morte e renascimento..

Om Namastestu Bhagavan
Visvesaraya Mahadevaya
Trayambakaya Tripurantakaya
Trikagni - Kalaya
Kalagni - Rudraya Nil - Kanthaya Mrityunjaya
Sarvesvaraya Sadadhivaya
Sriman Mahadevaya Namah.
Om. Eu me curvo a Shiva, que é o criador e protetor do universo, que é o maior entre os deuses, que possui três olhos, que é o aniquilador de todos os três mundos, cuja garganta é azul, que é o conquistador da morte, que é o Senhor de tudo, que possui todas as marcas de grandeza. A Ele me prostro.

Oração para Shiva - III
Naagendra haaraaya thriloochanaaya bhasmaangadhaaraaya maheshwaraaya
Nityaaya shudhdhaaya digambaraaya tasmai nakaaraaya namahshivaaya

Saudações a Shiva que veste uma serpente como guirlanda, que possui três olhos, cujo corpo nu está coberto de cinzas, que é para sempre puro e a própria incorporação do sacrifício.

Shiva Dhun
Shivo Bhokta, Shiva Bhojya
Shivo Karta, Shivah Karma
Shivah Karanatmakah
Shiva é aquele que experimenta e o maior objeto de experiência. Shiva é o objetivo do Sadhana. Não há nada sem Shiva. Não há nada além de Shiva. O que existe é Shiva. Não há nada que não seja Shiva. Não há lugar que não seja Shiva. Não há tempo que não seja Shiva. Conhecer isso é conhecer Shiva.

Saiba mais em: http://www.mahashivratri.org/

quarta-feira, fevereiro 13, 2008

A Mãe dos Devas





"Possa a Deusa Saraswati,



que é como a lua colorida de jasmim,



e cuja guirlanda branca e pura é como as gotas congeladas do orvalho;



que é adornada em um radiante traje branco,



em cujos belos braços descansa a veena,



e cujo trono é um lótus branco;



que é rodeada e respeitada pelos Deuses, proteja-me.



Que a Senhora possa remover completamente minha letargia, lentidão, e ignorância."





Assim como 'Diwali' – o festival da luz – é para Lakshmi, deusa da riqueza, e 'Navaratri' é para Durga, deusa da força e poder, Vasant Panchami é para Saraswati, a deusa do conhecimento e aprendizado. Ela representa o fluxo livre de sabedoria e consciência. Ela é a mãe dos Vedas, e cantos a ela, chamados 'Saraswati Vandana' geralmente começam e finalizam as lições védicas.

O festival é celebrado todo ano no quinto dia da quinzena brilhante do mês lunar de Magha — o dia chamado 'Vasant Panchami' (aqui, 11 de fevereiro). Hindus celebram esse festival com grande entusiasmo, e templos e domicílios são cheios de atividades nesse dia. Esse 'Panchami' é também conhecido como o Dia de Saraswati, porque acredita-se que foi nesse dia que a deusa nasceu.

Saraswati, a deusa da sabedoria, arte e música é a filha de Lorde Shiva e da Deusa Durga. Acredita-se que a deusa Saraswati dota os seres humanos com o poder da fala, sabedoria e aprendizado. Ela tem quatro braços que representam os quatro aspectos a personalidade humana no aprendizado: mente, intelecto, alerta and ego. Ela leva as escrituras sagradas em uma mão e um lótus — o símbolo do verdadeiro conhecimento — na segunda. Com as outras duas mãos ela toca a música do amor e da vida em um instrumento de cordas chamado veena. Ela está vestida de branco — o símbolo da pureza — e sua montaria é um cisne branco que simboliza Sattwa Guna ou pureza e discernimento. Saraswati é também uma proeminente figura na iconografia Budista — a consorte de Manjushri.

Dá-se especial importância à cor amarela no Vasant Panchami. Nesse dia, Saraswati é vestida em roupas amarelas e adorada. As pessoas preferem usar amarelo nesse dia sagrado. Doces de tons amarelados são distribuídos entre parentes e amigos. Algumas pessoas alimentam os Brahmins, outras fazem Pitri-Tarpan (adoração aos ancestrais) e muitas adoram Kamadeva, o deus do amor, nesse dia.

No entanto, o aspecto mais significativo desse dia é que nele são ensinadas as primeiras palavras para as crianças, pois esse é considerado um dia auspicioso para começar a ler e escrever. Instituições educacionais organizam orações especiais para Saraswati. O grande guru indiano Pandit Madan Mohan Malviya lançou os alicerces da mundialmente reconhecida instituição acadêmica de Kashi Hindu Vishwa Vidyalaya no Vasant Panchami.

Pessoas santificadas e individuos inclinados ao progresso espiritual dão grande importância à adoração da deusa Saraswati. Somente pessoas educadas e homens de princípio adoram a deusa Saraswati para iluminação espiritual. Na opinião deles, não pode haver distinção entre o rei e o erudito ou avançado espiritualmente. O rei é honrado em seu reino, enquanto o erudito é respeitado ou adorado ao redor do mundo.

O Hinduismo leva em conta um significado especial das estações e as entrelaça com festivais religiosos. Durante Vasant Panchami, as estações sofrem mudanças e a primavera é anunciada. As árvores mostram novos brotos e a nova vida é evidente nas florestas e campos. A Natureza decora as mangueiras com novos botões, o trigo e as plantações se animam com os sinais de vida nova.

Vasant Panchami pe um festival cheio de significados religiosos, sazonais e sociais e é celebrado por Hindus em todo o mundo com vivacidade e uma nova sensação de otimismo. Os primeiros sinais do próximo festival de Holi — o festival das cores — também se manifestam em Vasant Panchami.

http://hinduism.about.com/library/weekly/aa020700.htm?nl=1



terça-feira, janeiro 15, 2008

Vaca de divinas tetas


Assim como a ovelha é sagrada para o Cristianismo, a vaca é para o Hinduísmo. Krishna era um vaqueiro e o touro é descrito como o veículo de Shiva. Hoje, a vaca já quase que se tornou um símbolo do hinduísmo.


Vacas, Vacas Em qualquer lugar!

A Índia tem 30 por cento do gado mundial. Há 26 raças diferentes de vaca na Índia. A corcova, longas orelhas e rabo espesso distinguem as vacas indianas. Lá as vacas estão em toda parte! Como a vaca é respeitada como um animal sagrado, elas podem perambular sem riscos, e elas estão bastanta acostumadas ao tráfego e ao ritmo da cidade. Assim, você pode vê-las passeando pelas ruas das cidades, pastando despreocupadamente na beira das estradas e ruminando legumes jogados fora na rua por vendedores. Vacas ‘sem-teto’ também são ajudadas pelos templos, especialmente no sul da Índia.


Conserve a Vaca

Ao contrário do Ocidente, onde a vaca é amplamente considerada como nada melhor do que hambúrgueres ambulantes, na Índia, a vaca é considerada um símbolo da terra - porque dá muito sem pedir nada em troca. Devido à sua grande importância econômica, faz sentido proteger as vacas. Dizem que Mahatma Gandhi tornou-se um vegetariano porque sentiu que as vacas sofriam maus-tratos. O respeito pela vaca é tanto que os índianos tinham oferecido para abrigar milhões de vacas em espera para abate na Grã-Bretanha, como resultado da crise na produção de carne de bovino em 1996.

Culto à Vaca

Embora a vaca seja sagrada para os hindus, ela não é exatamente adorada por todos como uma divindade. No 12 º dia do 12 º mês do calendário hindu, uma ritual à vaca é realizado no palácio de Jodhpur.


Templos do Touro

O touro Nandi, veículo de Lord Shiva é considerado o símbolo do respeito por todos os bovinos machos. O local sagrado de Nandi em Madurai e o templo de Shiva em Mahabalipuram são os mais venerados santuários bovinos. Mesmo não-hindus são autorizados a entrar no Templo do Touro, construído no século XVI, em Bangalore. O Templo Vishwanath de Jhansi, construído em 1002, também tem uma grande estátua do Touro Nandi.


História

A vaca foi venerada como a deusa mãe nas antigas civilizações do Mediterrâneo. A vaca se tornou importante na Índia, em primeiro lugar no período Védico(1500 - 900 AC), mas apenas como um símbolo de riqueza. Para o homem Védico, as vacas eram "o verdadeiro substrato dos bens da vida".

Símbolo do Sacrifício

As vacas formam o núcleo dos sacrifícios religiosos, pois sem ghee ou manteiga, que é produzido a partir de leite de vaca, nenhum sacrifício pode ser realizado.
No Mahabharata, temos Bhishma dizendo: "Vacas representam sacrifício. Sem elas, não pode haver sacrifício... Vacas são sinceras em seu comportamento e delas fluem sacrifícios... e leite e coalhada e manteiga. Por isso as vacas são sagradas..." Bhishma também observa que a vaca atua como um substituto do leite materno, fornecendo leite aos seres humanos para toda a vida. Assim, a vaca é realmente a mãe do mundo.

Vacas como presentes

De todos os presentes, a vaca ainda é considerada o mais alto na Índia rural. Os Puranas dizem que não há dom mais sagrado do que o dom de vacas. "Não há um dom que produza mais abençoado mérito". A Rama (herói do épico Ramayana) foi dado um dote de milhares de vacas e bois quando ele se casou com Sita.

Estrume de Vaca!

As vacas também são consideradas purificadoras e santificadoras. O estrume de vaca é um desinfetante eficaz e freqüentemente utilizado como combustível em vez de lenha. Nas escrituras, encontramos o sábio Vyasa dizendo que as vacas são os mais eficazes de todos os purificadores.

Nenhuma carne por favor!

Já que a vaca é considerada um útil presente de Deus para a humanidade, consumir carne bovina é considerado sacrilégio para os Hindus. A venda carne é proibida em muitas cidades indianas, e poucos Hindus estariam prontos para sequer provar carne bovina, por razões sócio-culturais.

Brahmins & Carne

No entanto, os antigos Hindus utilizavam a vaca abatida tanto para sacrifícios quanto para a alimentação. "Há evidências claras no Rig Veda, a mais sagrada escritura hindu, que a vaca era sacrificada pelos hindus para fins religiosos". Gandhi, em seu Hindu Dharma escreve sobre "uma frase em nosso livro para o efeito que os antigos Brahmins costumavam comer carne".

http://hinduism.about.com/library/weekly/aa101800a.htm?nl=1

domingo, janeiro 13, 2008

Lohri: O festival da Fogueira (Jan 13)


No meio do inverno, com a temperatura variando entre 0-5 graus, e da densa neblina fora, tudo parece estagnado na parte norte da Índia. No entanto, abaixo da aparentemente congelada superfície, você ficaria surpreso ao encontrar uma palpável onda de atividade acontecendo. Pessoas, em especial nos estados do norte indiano de Punjab, Haryana e em partes de Himachal Pradesh, estão ocupadas fazendo preparativos para Lohri - o muito esperado festival da fogueira - quando eles podem sair de suas casas e celebrar a colheita das culturas do Rabi (inverno) e relaxar e desfrutar as tradicionais canções e danças folclóricas.


Significado


Em Punjab, o trigo é a principal cultura de inverno, que é semeada em outubro e colhida em março ou abril. Em janeiro, os campos vêm com a promessa de uma colheita dourada, e os agricultores comemoram Lohri durante este período de repouso antes do corte e recolha de plantas.


De acordo com o calendário hindu, Lohri cai em meados de Janeiro (13 de Janeiro). A terra, mais distante do sol no hemisfério norte neste momento, iniciou a sua viagem para o sol assim que terminou o mês mais frio do ano, Paush, e anunciando o início do mês de Magh e o auspicioso período de Uttarayan – de 14 de janeiro a 14 de julho. Segundo o Bhagawad Gita, Lord Krishna manifesta-se no seu pleno esplendor durante este tempo. Os hindus 'anulam' seus pecados banhando-se no rio Ganges.


Costumes e Lendas


Na manhã do dia de Lohri, as crianças vão de porta em porta antando e pedindo os "despojos" de Lohri, na forma de dinheiro ou comestíveis como sementes de til (gergelim), açúcar, amendoins, ou doces como gajak, rewri, etc. Elas cantam em louvor a Dulha Bhatti, um avatar Punjabi de Robin Hood que roubava dos ricos para ajudar os pobres, e que em uma ocasião ajudou uma garota a sair de sua vila (e vida) miserável casando-a como se casasse sua irmã.


A Fogueira Ritual


À noite, com o pôr do sol, grandes fogueiras são acesas nos campos de colheita e na frente das casas e as pessoas se reúnem em torno das chamas, em círculo ao redor da fogueira (parikrama) e jogam arroz, pipoca e outras guloseimas no fogo, gritando "Aadar aye dilather jaye" (Possa a honra vir e a pobreza desaparecer!), e cantam canções folclóricas. Esta é uma espécie de oração para Agni, deus do fogo, para abençoar a terra com abundância e prosperidade. Após o parikrama, as pessoas encontram amigos e parentes, trocam cartões e presentes, e distribuem prasad (ofertas feitas ao deus). O prasad inclui cinco itens principais: til, gajak, açúcar, amendoim e pipoca. Condimentos de inverno são servidos ao redor da fogueira com o tradicional jantar de makki-ki-roti (uma espécie de pão) e sarson-ka-saag (cozido de mostarda e ervas).


Música e Dança


A dança Bhangra (feita por homens) começa após as oferendas na fogueira. Ela prossegue até à noite com novos grupos entrando no meio das batidas dos tambores. Tradicionalmente, as mulheres não aderem a Bhangra. Elas mantêm uma fogueira separada em seu pátio, circulando-a com a graciosa dança gidda.


O dia ‘Maghi’


O dia seguinte a Lohri chama-se 'Maghi', significando o início do mês de Magh. Segundo a crença hindu, este é um auspicioso dia para tomar um mergulho sagrado no rio e fazer caridade. Pratos doces (normalmente kheer) são preparados com suco de cana-de-açúcar para marcar o dia.


Exibição de exuberância


Lohri é mais do que um festival, em especial para o povo de Punjab. Punjabis são uma raça amorosa, resistente, robusta, enérgica, entusiasta e jovial, e Lohri é simbólico do seu amor para celebrações e romances e exibição de exuberância.


Uma Celebração de Fertilidade


Lohri celebra a fertilidade e a alegria da vida, e, no caso do nascimento de uma criança do sexo masculino ou de um casamento na família, ele assume um maior significado onde a família prepara para uma grande festa, fazendo o casamento com a tradicional dança bhangra juntamente com ritmo de instrumentos, como a dhol e a gidda. O primeiro Lohri de uma noiva ou um bebê recém-nascido é considerado muito importante.


Dia de Ação de Graças & Reuniões


Hoje em dia, Lohri traz em uma oportunidade para as pessoas da comunidade para fazer uma pausa de sua movimentada agenda e se reúnem para compartilhar da companhia uns dos outros. Em outras partes da Índia, Lohri quase coincide com os festivais de Pongal e Makar Sankranti, todos os quais passam a mesma mensagem da unicidade e celebram o espírito de fraternidade, enquanto agradecem os deuses pela vida na terra.


quarta-feira, janeiro 09, 2008

Posídon e Anfitrite


Do livro "Os Deuses Gregos" - Karl Kerényi

Nenhum dos deuses que governavam o nosso mar antes de Posídon teve alguma coisa a ver com o cavalo: nem o centímano Briareu, cujo segundo nome, Egéon, está ligado a aix, "cabra", nem "o Velho do Mar" debaixo de nenhum dos seus vários nomes ou metamorfoses tiveram a forma de cavalo. Antes de existir qualquer coisa como um cavalo-marinho, um deus em forma de touro costumava levar a reboque uma deusa mar afora. O próprio Posídon assumiu a forma de touro e, em sua qualidade de deus do mar, tinha touros sacrificados a ele. Pois o touro também apareceu nas praias do Mediterrâneo muito antes do cavalo. Hipocampos - "monstros cavalares" - meio cavalos e meio peixes semelhantes a serpentes; Centauros do mar, cujos corpos animais inferiores eram uma combinação de cavalo e peixe; Oceânidas e Nereidas, com nomes que lhes revelam a natureza eqüina feminina - como Hipo, Hipônoe, Hipótoe e Menipe: todos apareceram pela primeira vez no mar grego depois que Posídon tomou posse dele. O que fez pelo seu casamento com Anfitrite.

Hesíodo incluía Anfitrite entre as cinqüenta filhas de Nereu. Ela poderia ter sido, entretanto, facilmente tomada por uma Oceânida, uma filha de Tétis. Pois cada uma dessas duas, Anfitrite e Tétis, era, sem termo de comparação com todas as outras deusas e em qualquer sentido particular, a senhora e dona do mar, a quem pertenciam as ondas espumantes e monstros marinhos. De Anfitrite isso se afirma expressamente. Dizia-se que Posídon espiava a deusa quando ela dançava com as Nereidas na ilha de Naxos e raptou-a. Prossegue a história dizendo que Anfitrite fugiu de Posídon até a extremidade ocidental do mar, até Atlas ou até o palácio de Oceano, situado na mesma vizinhança. O seu esconderijo foi revelado ao perseguidor pelos golfinhos. Em realidade, um golfinho persuadiu a deusa e levou-a até o noivo. E, como recompensa, foi colocado entre as estrelas.

Após o casamento com Anfitrite, Posídon passou a ser o senhor do nosso mar. O casal reinante se parecia, em muitos aspectos, com Zeus e Hera. Assim como Zeus podia ser invocado semplesmente como "Marido de Hera", assim Posídon podia ser saudado como "Marido de Anfitrite, a do fuso de ouro". Sua procissão nupcial inspirou-se na de Dioniso e Ariadne: não somente cavalos, touros e carneiros, mas também veados, panteras, leões e tigres apareciam como monstros marinhos montados por Nereidas.

Os filhos de Anfitrite


Do livro "Os Deuses Gregos" - Karl Kerényi

Posídon, o marido turbulento não só de Anfitrite, mas também de muitas Nereidas, Náiades, ninfas e heroínas, foi o pai de numerosos filhos que desempenharam suas partes na saga heróica. Entre estes havia não somente heróis mas tembém seres selvagens e violentos que foram derrotados pelos heróis - seres como Polifemo, o Ciclope, cujo castigo, aplicado por Ulisses, reclamava a vingança de Posídon. As histórias dos deuses que estou relatando agora não fornecem ensejo para uma nova descrição desses seres. mas posso falar dos filhos dades por Anfitrite a Posídon - ou, pelo menos, dos dois mais famosos e que já mencionei: Tritão e a deusa-ilha Rodes.


Hesíodo chamava Tritão de "o da força ampla" e descrevia-o como um grande deus que habitava o fundo do mar, no palácio de ouro de sua adorada mãe Anfitrite e seu senhor e pai Posídon. Segundo o poeta, era uma divindade terrível. Já fiz alusão ao seu caso de amor com Hécate, e também ao modo com que Héracles o venceu pela força na presença do tríplice "Velho do Mar" - cuja arte de metamorfose o deus mais moço aparentemente não possuía. Tritão tinha uma forma semipíscea e semi-humana e pode ser melhor comparado com os Silenos e os Sátiros. A única diferença existente entre eles estava em que estes se haviam desenvolvido a partir de seres humanos disfarçados em criaturas da terra, ao passo que os protótipos de Tritão eram homens que se enfeitaram com caudas de peixes ou de golfinhos. Antiga pintura de vaso da Itália mostra um trio de dançarinos assim.

Os contos que falam em Tritão podem ser sintetizados da seguinte maneira: ele era o Sileno ou Sátiro do mar, estuprador de mulheres - na verdade, estuprador de meninos também, e desde os tempos mais remotos esses estupros eram levados a efeito por vários Tritões ao mesmo tempo -, um ser capaz de despertar o terror e desencaminhar os homens com a sua trompa de concha. Os Tritões eram às vezes seguidos de Tritões femininos. De ordinário, porém, as Nereidas os acompanhavam quando eles nadavam em procissões nupciais mar afora, celebrando o casamento de Posídon e Afrodite, ou o nascimento de Afrodite, ou os mistérios revelados, segundo consta, pelas Nereidas ao gênero humano.

A história da deusa Rodes, filha de Anfitrite, passa-se, toda ela, no meio das vagas espumejantes de sua mãe; no entanto, ela também nos apresenta à família do deus-sol. O nome Rodes está inseparavelmente ligado a rhodon, "rosa", assim como a deusa está inseparavelmente ligada à ilha. Dizia-se que quando Zeus e os outros deuses partilharam a terra entre si, a ilha de Rodes ainda não era visível: jazia escondida nas profundezas do mar. Hélio, o deus-sol, ainda não se apresentara à partilha, de modo que os outros o deixaram, o deus imaculado, sem propriedades. Quando, de inopino, se lembraram dele, Zeus propôs que cancelassem a partilha e começassem de novo. Hélio, porém, não consentiu nisso. Afirmou ver uma frágil nesga de terra erguendo-se do mar. Chamou Láquesis, a deusa da partilha, para que erguesse as mãos e jurasse, juntamente com os outros deuses e o filho de Crono, que o que quer que estivesse agora aparecendo caberia a ele como seu quinhão. E assim aconteceu: a ilha brotou das águas salgadas e passou a pertencer ao pai gerador dos raios do sol, o auriga dos corcéis que despedem o fogo. Na ilha, o deus se consorciou com a deusa Rodes e dela teve filhos. No princípio, a ilha e a deusa eram uma única pessoa, assim como o eram Delos e a deusa-estrela Astéria; ou como Lemnos, ilha dos Cabiros e de Hefesto, e sua Grande Deusa, que também se chamava Lemnos.